Caso Benício: menino de 6 anos morre após receber dose errada de adrenalina; polícia investiga homicídio

A Polícia Civil do Amazonas investiga como homicídio a morte de Benício Xavier de Freitas, de 6 anos, que sofreu uma parada cardiorrespiratória após receber adrenalina aplicada de forma incorreta no Hospital Santa Júlia, em Manaus, no dia 22 de novembro.

Segundo a investigação, Benício chegou ao hospital com tosse seca e febre, sintomas compatíveis com laringite. No entanto, em vez de receber uma dose baixa por inalação, como recomendado nesses casos, a criança foi medicada com 9 mg de adrenalina direto na veia — quantidade muito acima do indicado e por via incorreta.

Imagens de câmeras de segurança mostram o menino chegando ao hospital por volta das 13h30, inicialmente estável no colo do pai. Os registros mostram o percurso até o consultório e, depois, à enfermaria, onde a medicação foi aplicada. Minutos após a administração, os pais aparecem pedindo ajuda ao perceberem que o estado de Benício piorava rapidamente.

A médica responsável, Juliana Brasil Santos, admitiu ter prescrito adrenalina intravenosa, afirmando inicialmente que foi um erro humano, mas depois alegando que um “bug” teria alterado a via de administração no sistema. Ela também reconheceu que não revisou a prescrição impressa antes de entregá-la à família.

A técnica de enfermagem que aplicou o medicamento chegou a ser alertada pela mãe de Benício de que o filho só usava adrenalina por inalação, mas respondeu que seguiria “o que estava prescrito”.

Após seis paradas cardiorrespiratórias, Benício morreu na madrugada do dia 23 de novembro, às 02h55.

O caso segue sob investigação, e a polícia apura a responsabilidade dos profissionais envolvidos.

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