O marketing deixou de ser só propaganda e entrou de vez na política, isso após uma campanha das Havaianas virar motivo de briga nas redes sociais.
O comercial estrelado por Fernanda Torres foi interpretado por parte do público como um posicionamento político de esquerda. A reação foi imediata: teve boicote, defesa, perda e ganho de seguidores e até impacto nas ações da empresa.
Enquanto isso, a concorrente Ipanema aproveitou a polêmica, lançou uma campanha alinhada ao outro lado político e viu seus números crescerem rapidamente nas redes.
Por trás da marca, está um dos maiores grupos empresariais do país, ligado à família Moreira Salles, dona de um império financeiro. Com tanto fôlego econômico, o prejuízo momentâneo pode ter sido calculado. Para grandes empresas, entrar no debate político nem sempre é erro — às vezes é estratégia.
A polêmica ainda tentou puxar outras marcas para o centro da discussão, mostrando como o consumo virou extensão da disputa ideológica. Comprar um produto, hoje, também virou sinal de posicionamento.
O caso das Havaianas deixa um recado claro: no Brasil atual, marcas não conseguem mais ficar em cima do muro. Falar, calar ou provocar — tudo vira discurso.

